Guardas-me no bolso como fazes com as moedas que um dia te vão servir de troca.
Achas-me importante porque também conto.
No entanto, és capaz de me deixar enferrujar, num dia desses em que penses mais no teu próprio umbigo do que de costume.
Guardas-me assim, porque dizes que o teu coração está cheio demais.
Usas-me para ocupar o espaço, quando o vazio te faz sentir frio e só.
Deixas-me no escuro porque sabes que dali não saio sem ti.
Tocas-me, levas-me contigo. Fazes me sentir viva.
Mas no final, fico ali, esquecida.
Acorda, leva-me para o lugar certo.
Na rua onde vivo, vejo estrelas em noites de luar… Agarro todas!
Talvez um dia entre no mar ou percebas que sempre estive contigo.
